quarta-feira, julho 02, 2008

Andarilho da História

Cada tempo tem sua história
Todos têm uma história
Cada um de nós é único
E capaz de contar uma história única

Até um natimorto se tivesse voz
Seria capaz de contar a sua história
Talvez contasse que nascera da paixão
E morrera no descaso

As árvores contam histórias
E escrevem dentro de si mesmas
Em meio a seus anéis
A trajetória de uma vida paciente

E assim se vai...
Num suceder de histórias infinitas
Histórias individuais que se cruzam
E se tornam histórias coletivas

E nascem as famílias e as relações
As paixões e as desilusões
Os romances e as discussões
As aulas e as chateações

E principalmente nascem as amizades
As verdadeiras amizades
Que temporalmente não são mais que encontros
Interseções de histórias individuais

De fato são elos de fraternidade
Somos irmãos por escolha
De gente que nem se conhece direito
Mas que não se consegue ficar longe

E somos ora pai, ora mãe
Ora nos apaixonamos por elas
Ora nos envolvemos
Mas sempre aprendemos

E fica cada vez mais triste
Porque cada vez fica mais próxima
E quase sempre inadiável
A hora do adeus

O momento que cada um segue seu caminho
Que já não é o mesmo caminho de antes
E por causa da nossa amizade
A vida nunca mais será a mesma

E é esta situação difícil
A hora da separação
Que faz de todos nós
Andarilhos da história


Paulo Vinicius Silva de Santana