terça-feira, outubro 13, 2009

A-poética

Os números não explicam tudo
Mas quem disse que eu quero todas as respostas?
Quero as respostas possíveis
Não quero as respostas poéticas
Nem quero as respostas metafísicas
Quero a inconsistência das respostas momentaneamente certas
As que deixam uma pulga atrás da minha orelha me agradam mais

Gosto dos problemas insolúveis
Esses que incomodam muita gente
Fico satisfeito não com sua solução
Mas com seu efeito naqueles preocupados
Em não ter o chão debaixo dos pés
Ou o calor de uma muleta explicativa
Apavorados pela maravilhosa, e não milagrosa, inconstância de nosso universo

Gosto dos acasos
Gosto das injustiças da história da humanidade
Gosto dos dramas pessoais das pessoas
Não gosto da insana busca de respostas
Não gosto dos absolutamente certos
Muito menos dos absolutamente corretos

Amo esse mundo e busco entender parte dele
Sem a pretensão de que isso seja definitivo
Sem a vontade de me sentir completo
De me sentir confortável
E fugindo da alienação das respostas
Busco apenas o maravilhoso caos da ilusão da nossa realidade