quarta-feira, outubro 25, 2006

Continuação

Devido às duras críticas recebidas de um profissional próximo a mim e que tenho alta estima resolvi desenvolver melhor as minhas opiniões da última postagem.
Gostaria de deixar claro que a minha concepção de "estudar História" corresponde a algo muito amplo. É função daquele que estuda a História o esclarecimento. Este esclarecimento deve, e isso Marc Bloch já dizia, ser escrito de maneira que seja assessível aos mais variados níveis. No meu entender atender aos mais variados níveis significa, e isso é estremamente interessante, fazer parte do processo ensino/aprendizagem. Participar deste processo significa não só agir como detentor do conhecimento e propagador deste, mas também pertencer ao sistema. Ao integrar este sistema o profissional da História também se modifica.
Este processo orgânico no qual os agentes (pesquisador, leitor, professor, aluno) se integram modifica a visão em ambos os níveis. O aluno, teoricamente, é o último integrante na escala de acesso ao conhecimento produzido. Dele, numa situação ideal, se espera um olhar crítico. Este olhar crítico é o resultado de suas vivências dentro e fora da sala de aula. Quanto às vivências esteriores ao ambiente escolar o professor em muto pouco pode modificá-las. Dentro da escola é diferente. É, na minha opinião, dever do professor cooperar para que no aluno seja criado o hábito da dúvida. A dúvida, essa sim produz um efeito devastador na conciência do cidadão. O olhar que concorda com tudo o que vê, que é passível ao mundo e recebe tudo que dele vem sem questionar não enxerga muita coisa.
O professor de História, e aqui acho que meus críticos irão concordar, deve aceitar o conhecimento do aluno como algo válido. A vivência deste, acumulada no ambiente extra-escolar, é válida não só como uma maneira de melhor entender seus signos como também da busca pela integração entre escola e comunidade.
A integração entre escola e comunidade por meio de promoções de eventos relacionados a divulgação de estudos realizados, ou seja de conhecimento produzido tanto por alunos como no meio acadêmico, trata-se de trabalhar com a contituição da identidade.
O saber relacionado com nossa constituição, abordado de maneira crítica pela História, isso sim é uma das funções da História.

terça-feira, outubro 24, 2006

Estudante de História...

Na minha opinião tem-se cobrado e dito muita coisa a respeito das posturas de um estudante de História.
Tem-se dito, por exemplo, que dele se espera um engajamento em questões políticas. Francamente, não somos estudantes de ciências sociais. Eles sim tem a obrigação de discutir tal assunto mais a fundo. No mais é nossa obrigação como cidadão, e não como estudante de História, se manter informado sobre as questões que involvem a administração pública.
Outra postura cobrada não só dos alunos, mas também de qualquer profissional da História, dentre eles pesquisadores e professores, é o engajamento social. A esse respeito sou totalmente a favor que qualquer profissional tenha uma postura ativa perante as desigualdades. No entanto é, como o primeiro exemplo, função de cidadão e não de um profissional da História. Se a pessoa tem como intenção profissional o trabalho social mais especificamente, então que se forme como assistente social. No meu ponto de vista a função de tal profissional se encaixaria mais no perfil de uma série de críticos dos "Historiadores de Gabinete".
Por fim expressarei aqui a função, a missão, no meu entendimento pessoal, do profissional da História: Estudar a História.
Uma série de correntes historiográficas pregam algo mais ao metier do Historiador. A minha concepção não aceita algo diferente do que estudar, esclarecer, explicar a História.
História.
Esta é a nossa ciência. É o que escolhemos como profissão. E praticá-la de outro modo seria indigno.

"História: Ame-a como ela é ou deixe-a e abrace o que realmente você ama."