Nos amigos que conhecemos
Nas alegrias que vivemos
Na fortuna que ganhamos
Muitas destas coisas,
Não nos fazem sempre bem
Amigos, alegrias, fortuna...
A sorte, que é amiga do acaso
Não é mais do que a combinação
Do preparo com a oportunidade
Mas que quase sempre
Premia o incapaz
O contentamento que nos jubila
Não passa de momentâneas folgas da realidade
Que sempre nos fazem esquecer
Que no dia seguinte, no momento seguinte
Volta a falta de gosto
Pelas coisas insossas do cotidiano
E os amigos?
Nos enchem de oportunidades
Das quais não merecemos
Nos apresentam um mundo de ilusão
Do qual não queremos acordar
E ainda
Não cobram nada em troca
Mas o destino cobra
Esse pai sarcástico
Que não é Deus porque não pode tudo
Mas que insiste em mandar a conta
De uma dívida que cresce
Mais rápido do que a alegria que proporciona
Porque o que nos torna forte
As vezes nos causa dor
E em certos momentos
Afirmamos as pessoas muito boas
Que são elas que causam nossos males
E assim é mais fácil
Dizer adeus e nunca mais
Para aqueles que amamos
E Lembrar daquilo que um dia tivemos
E que hoje são apenas cicatrizes
Como marcas de uma época de ouro
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