domingo, abril 19, 2009

De braços bem esticados

Os sonhos são ilusões
Que fazem das nossas medíocres vidas
Um pouco mais do que elas realmente são
E nos fazem pensar
Que pensar não passa de uma mentira
Que incutimos em nos mesmos
Como forma de anestesiar
Os sofrimentos de nossa existência
E no meio desse devaneio
Acreditamos ter em mãos
Muita coisa além do que de fato temos
E imploramos por aquilo que não nos pertence
Como mendigos imploram por comida
Prisioneiros por liberdade
Moribundos pela vida
Apaixonados por amores não correspondidos
Mães por filhos que foram
E velhos mal humorados por companhia
Como se nossa existência
Dependesse daquilo que não nos pertence
Daquilo que não é nosso
Mas principalmente
Daqueles que não nos merecem

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