História? Você gosta de História? Eu faço.E que as regras ortográficas que vão para o inferno, eu sou dislexico.
sexta-feira, março 20, 2009
Biografia
Com a vivência física, descobrimos que nosso amigo tinha fortes tendências maníaco-depressivas. Mais que isso: percebemos que suas qualidades marcantes e constantes: mal-humorado [inconformado com as injustiças], língua-solta [sincero e transparente] e mentiroso [lúdico e imaginativo] eram seu charme. Como sofremos na mão desse caboco! Ficamos surpresos quando nos deparamos com a primeira crise do nosso amigo mimado [amado intensamente pelos pais]: ele se isolou do mundo e virou várias noites na BBT a fim de ler, ler, ler [ou seja, em bom português, fiz o que todo mundo devia fazer]. Preocupados com essa dura recaída, seus amigos o levaram a um profissional. Na falta de uma palavra que definisse seu estado mental caótico, o quadro clínico foi determinado como sendo de “meninisse aguda” em estagio avançado.
Nestes anos todos, inúmeras histórias vivemos. A criação da Panela; as postagens no blog; luais mal sucedidos; butecagem no cara-que-não-sabe-nada-de-história-antiga depois da aula; café da manha no RU, além dos “estudos” e análises sócio-anatômicas das mulheres que subiam as escadas da BBT; diversas seções de filmes na casa das meninas [que falta isso vai me fazer]; as conversas melancólicas no terceiro andar do PVB [isso não vai fazer falta nenhuma]; discussões e cantorias na reta ao fim do dia [isso vai fazer muita falta]; dedicatória para o primeiro pedaço de bolo de seu aniversário [Hahaha]; festas memoráveis na casa das meninas [sempre elas]; torresmo, ... e viola; “me dá um beijo senão eu pulo daqui”; panela oculta no fim de ano; “Kênia, um cachoro me lambeu”; “Larissa eu to humilhado, Talita eu to humilhado, Luana, eu to humilhado”; congressos, “Sorim, tem um espeto fincado na minha mão”; 9FEV; 12MAI; crise de riso no caso da vendinha em BH; passeios de ambulância; empréstimos de grana aos “mais” necessitados [mais gastadores, porém mais, muito mais ricos]; os relatos obscuros do caderno amarelo [caderno das desilusões amorosas]; os “Momento Tedds” e o Leão.
Em fim, uma série de situações eternizadas na memória e no coração de cada um de nós. [E principalmente em mim, afinal, NUNCA TIVE TÃO GRANDES AMIGOS, E QUE A DISTÂNCIA NÃO SEJA CAPAZ DE NOS SEPARAR]
quarta-feira, março 18, 2009
Este quadro circular de bordas arredondadas e ondulantes
perdido em suas curvas
infinitas e sensuais
se encontra o poeta
que ao contemplar maravilhado o céu
percebe a pequenez de sua existência
frente a beleza sem força da terra das alterosas
Se não há oceano,
mar o há
pois tão belas nuances
nada mais são
que na poesia do geógrafo
um mar de morros
que se impõe ao viajante
presenteando-o com a familiaridade
de uma paisagem que a cada horizonte
se torna mais bela e única
E o que me dizem da neve?
ela toma nossos cafezais
e a eles premia com encanto polar
que nada mais é do que
o fervilhar incessante da
vida em festa,
ávida em nos premiar com seu sabor
amargo, azedo
mas adocicado na medida certa
pelos sorrisos de nossas mulheres
O que me dizes deste quadro?
que acima tem um céu com nuvens sopradas por Deus
e abaixo esta gente
que apesar da eterna desconfiança nos olhos
é acolhedora e gentil
e estão todos dentro deste
cuja moldura é circular
e de bordas arredondadas e ondulantes
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
Não foi fácil
As noites foram dormidas ou não
As aulas foram assistidas
Para as provas estudei?
Para os amigos estive presente?
Tive inimigos?
Tive amores?
Tive doenças?
Escolhi o caminho certo?
Obtive êxito?
Houve vitória no fim das contas?
Aprendi,
Socorri,
Permaneci de pé,
Sobrevivi,
Cheguei até aqui,
Com minhas próprias pernas,
E no final das contas vencemos todos nós.
Pois não acredito em vitórias individuais.
Quando se ganha, se ganha com alguém.
E para alguém.
Obrigado a todos os participantes da nossa vitória.
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
Ela
abraços,
beijos.
E nada mais!
Como posso sentir tanta falta
de alguém que acabei de conhecer?
Como suportar a distancia?
daqueles sorrisos
daqueles abraços
daqueles beijos
E a idéia de que foi tão pouco?
É que certas situações inesquecíveis
são momentos que
boca, braços, mãos e lábios,
mesmo na escuridão,
agem em sintonia.
Como se encontrassem nela
aquela que completa
o vazio dentro de mim.
quinta-feira, novembro 06, 2008
Medos e Coragens
Coração palpitando e pulmões ofegantes
E uma vontade gigante de fazer
Tudo que quero
Tudo que quero
A diferença entre tudo que quero
E tudo que posso, reside no fato
De que sempre tenho medo de ter
Coragem de realiza as coisas que quero
A coragem, enquanto antítese,
só se faz presente enquanto oposto
Sendo assim, todo corajoso
não passa de um medroso reprimido, ao passo que
um medro nada mais é que um
corajoso contido.
Então todo mundo é nada.
E nós devemos as mãos enquanto pessoas inexistentes.
Pessoas boas que nos fazem o mau
Nos amigos que conhecemos
Nas alegrias que vivemos
Na fortuna que ganhamos
Muitas destas coisas,
Não nos fazem sempre bem
Amigos, alegrias, fortuna...
A sorte, que é amiga do acaso
Não é mais do que a combinação
Do preparo com a oportunidade
Mas que quase sempre
Premia o incapaz
O contentamento que nos jubila
Não passa de momentâneas folgas da realidade
Que sempre nos fazem esquecer
Que no dia seguinte, no momento seguinte
Volta a falta de gosto
Pelas coisas insossas do cotidiano
E os amigos?
Nos enchem de oportunidades
Das quais não merecemos
Nos apresentam um mundo de ilusão
Do qual não queremos acordar
E ainda
Não cobram nada em troca
Mas o destino cobra
Esse pai sarcástico
Que não é Deus porque não pode tudo
Mas que insiste em mandar a conta
De uma dívida que cresce
Mais rápido do que a alegria que proporciona
Porque o que nos torna forte
As vezes nos causa dor
E em certos momentos
Afirmamos as pessoas muito boas
Que são elas que causam nossos males
E assim é mais fácil
Dizer adeus e nunca mais
Para aqueles que amamos
E Lembrar daquilo que um dia tivemos
E que hoje são apenas cicatrizes
Como marcas de uma época de ouro
segunda-feira, novembro 03, 2008
Sono
Vejamos, por exemplo, os "historiadores", que nada mais são do que aqueles que se "auto-intitulam" desta forma. se voltam para cadáveres que não tem nenhuma conexãop com os homens de hoje. Fazem uma história cultural que não passa de um amontoado de coisinhas interessantes. Mas não os recrimino. Acababo me incluindo entre eles. Fazer o que. A academia toda tá podre assim. Netzche estava certo: "Os alunos de história não são mais que macieiras que só produzem maçãs podres". E é isso mesmo. Somos forçados a nos especializar em um tema específico desde o começo e mais nada nos deve interessar. Perda de tempo. Perda de tempo é uma ova. Estamos aqui para esperimentar os temas, não para nos tornarmos violõens de uma corda só. Mas em fim, eu não culpo nem os professores, nem os alunos, não culpo ninguém, afinal a covardia faz parte dos quesitos obrigatórios para se promover enquanto acadêmico. É como diz um professor meu: "Vocês tem que entrar na ciranda[?]" Emfim, como o segurança, vamos virar as costas para o problema, afinal, é muito mais fácil do que resolvê-lo.
segunda-feira, setembro 22, 2008
As poesias
Medo de Sonhos
O cansaço de um dia...
As tristezas de um dia...
E as alegrias nas migalhas do tempo que sobrou...
O que são os sonhos senão vontades?
E que são as vontades?
São nada mais que nossas potencialidades desejadas.
Mas nem sempre possíveis
Por isso tenho medo de sonhar
Porque o que quero nem sempre é o que posso
Porque os pesadelos me mostram o que não quero
Porque eu não quero, e por isso não desejo
Já os sonhos não
Estes me mostram o que quero e muitas vezes não posso
Não que eu não seja capaz
Só não me é permitido
Que por não ser permitido
Por não ser livre de penalidades
Tem seu preço
Que eu sempre pago acordado
E ainda assim
Minha mente cisma de sonhar
Toda noite todas aquelas coisas boas
Aquelas que eu não posso ter
E quando eu fecho os olhos
E tento esquecer do mundo do dia-a-dia
Eu lembro da vida que tenho
Enquanto durmo
E ao fugir da realidade
Ao criar meu mundo de fantasia
Me entorpeço de ilusão
Para suportar as dores de um dia
O Selo
Que hoje pulsa em meu peito
Colei um selo de ferro
Para tornar esta pedra que já é dura
Impenetrável aos Males
Do antigo dono que hoje ela ocupa lugar
Não sinto mais dor
Não busco mais uma distante felicidade
Contento-me com o que meus braços alcançam
Mesmo que na maioria das vezes
Eu agarre apenas o vento
Não existe a falta de algo que nunca se teve
Que apenas existiu na minha cabeça
E os males do platonismo que um dia me inseri
Não me afastam mais da realidade
E este selo que eu mesmo criei
No mundo da minha imaginação
Deixa-me viver mais feliz
Com os cacos de mim em minhas mãos
Me recrio com uma pedra no lugar do coração
Colada e protegida com um selo de ferro
O homem transparente
O que os outros vêem nele quando tentam enxergar a si mesmos?
Do que é feito esse homem que ninguém faz questão?
Para que serve toda essa justiça num mundo de figuras opacas?
A si mesmo se vê não como uma verdade
Tão pouco como a pessoa mais certa do mundo
Enxerga-se como o mais errado que existe
Pois diz coisas que ninguém faz questão de ouvir
E quando olham para ele com seus olhos
Olhos de desprezo ou clemência
Não vêem mais que um louco ou uma criança
Que fala coisas que ninguém quer ouvir
Nem de vidro, não é de gelo
Nem de qualquer outra coisa material
Mas daquilo que a gente perde quando cresce
Aquilo cujo nome exaltamos, mas as conseqüências abominamos
E ele foi feito assim desse jeito
Pois tudo que faz é só sofrer
Em meio à gente que faz questão de não escutar
As coisas que deveriam ser ditas
quarta-feira, julho 02, 2008
Andarilho da História
Todos têm uma história
Cada um de nós é único
E capaz de contar uma história única
Até um natimorto se tivesse voz
Seria capaz de contar a sua história
Talvez contasse que nascera da paixão
E morrera no descaso
As árvores contam histórias
E escrevem dentro de si mesmas
Em meio a seus anéis
A trajetória de uma vida paciente
E assim se vai...
Num suceder de histórias infinitas
Histórias individuais que se cruzam
E se tornam histórias coletivas
E nascem as famílias e as relações
As paixões e as desilusões
Os romances e as discussões
As aulas e as chateações
E principalmente nascem as amizades
As verdadeiras amizades
Que temporalmente não são mais que encontros
Interseções de histórias individuais
De fato são elos de fraternidade
Somos irmãos por escolha
De gente que nem se conhece direito
Mas que não se consegue ficar longe
E somos ora pai, ora mãe
Ora nos apaixonamos por elas
Ora nos envolvemos
Mas sempre aprendemos
E fica cada vez mais triste
Porque cada vez fica mais próxima
E quase sempre inadiável
A hora do adeus
O momento que cada um segue seu caminho
Que já não é o mesmo caminho de antes
E por causa da nossa amizade
A vida nunca mais será a mesma
E é esta situação difícil
A hora da separação
Que faz de todos nós
Andarilhos da história
Paulo Vinicius Silva de Santana
terça-feira, março 25, 2008
Aniversário da Talita

Feliz aniversário Talita.
quarta-feira, setembro 19, 2007
Solto no vento, sem nada a perder
Não tenho rumo certo a seguir
E caminhando mesmo que sozinho
Descubro motivos para sorrir
Cada dia de toda a minha vida
Vivo perseguindo a todo momento
A mesma liberdade não sofrida
Destes pássaros em meio ao vento
Com os meus braços muito bem abertos
Mesmo sem eu esperar o futuro
Ando com os sentidos muito dispertos
E o que sempre busco é viver
Cada dia de toda a minha vida
Solto no vento, sem nada a perder
quinta-feira, agosto 23, 2007
Homens da Antiga substância
Substância aqui é uma série de costumes que gerem a sociedade. São sua constituição. Uma constituição lapidada por tempos imemoriáveis, mas uma tradição inventada saudável, que a meu ver contribuem para a manutenção da ordem. Não trato aqui de preconceitos relacionados a qualquer nível. Trato aqui de lugares comuns que pertenciam a praticamente todos os níveis sociais. Seria, nesse sentido, algo próximo de um conjunto de condulta consuetudinário.
Jogar isso fora não é proveitoso. Nascemos de nossos pais, e isso é m ciclo interminavel na nossa percepção de mundo individual. Esquecer toda a evolução passada é esquecer quem nós somos.
continua...
quinta-feira, julho 26, 2007
Quinto período (viva!!! tô de Férias)
segunda-feira, julho 09, 2007
"Censura" [ou seria sensura?]
segunda-feira, junho 25, 2007
p. s.:devido ao conteúdo extremamente impróprio a foto foi editada.
Quem viu, viu, quem não viu ficou sem ver.
sexta-feira, junho 22, 2007
continuação do capítulo anterior (até a hora da academia)
Então voltemos ao meu dia-a-dia.
Cheguei em casa. Mais uma vez vou almoçar comida fria. Vovô sempre quer esquentar, mas eu não tenho dessas frescuras. Como fria mesmo.
_Vinicio, isso é um absurdo. Você não pode deixar essa gente fica te explorando desse jeito não. Mas o vó, eu tenho que trabalhar. Eu tenho que juntar dinheiro. Eu preciso de dinheiro.
_Não meu minino. Precisa tanto assim não. Fica por aqui mesmo. Arranja outro serviço. Seu pai e sua mãe criaram vocês com salário mínimo a maior parte da vida. Você pode fazer o mesmo.
_Mas eu sinto a necessidade de estudar.
Como de praxe a conversa decorreu com eu comendo, vendo os desenhos que passam na tv pela manhã (eu os gravava todo santo dia e via na hora do almoço).
Como o tempo voa. Já tá na hora de ir. Voltar ao batente. De volta a loja. Eu e minha bicicleta. Mais uma vez às pressas. Em sima da hora. E todo dia a mesma ladainha. Eu ia direto para o depósito e lá eles me mandavam para a loja. Sempre tinha alguma coisa pra fazer. Mas nesse dia tava tudo pronto. Meu irmão tinha acabado de sair pra fazer o serviço do banco. Acho que ainda não falei nisso. Meu irmãozinho trabalhava comigo na loja. Era só na parte da tarde, mas ele era meio que um aprendiz do que eu fazia. Sabe, um dia eu ia passar no vestibular, aí tinha que ter alguém pra ficar no meu lugar, meu sucessor. Alguém forte o bastante pra carregar caixas pesadas o dia inteiro e fazer contas e aturar clientes aborrecidos grande parte do dia. Enfim, ia ser mais um faz tudo ganhando o pouco que eu ganhava e fazendo muita coisa.
Agora eu vou descrever o pessoal da loja na época em que eu trabalhava. Hoje o quadro de funcionários tá um pouco diferente, eu vou lá de vez em quando. Mas vou tentar retratar o pessoal, meus amigos, grandes amigos que deixei pra traz.
Não se assustem, se até agora pareceu estranho, pra quem não me conhecia antes, vai ficar ainda mais estranho. Não parece eu esse cara que trabalhava no comércio. Lógico que tinha frustrações. E a principal era ter tentado vestibular várias vezes e não ter passado. Me sentia um derrotado. Terminei o segundo grau no ano de 2002. Isso mesmo, esse rostinho de menino esconde um velho de 23 anos de idade completos no dia 12 deste mês. Fiz vestibular no final de 2002 para Ciência da computação na UFV (não passei), fiz cursinho durante 6 meses e fiz vestibular pra biologia em Ouro Preto no meio do ano (também não passei). Fiz cursinho mais 6 meses e prestei vestibular pra biologia na UFV e na UFES (não passei denovo). Era o momento de parar para pensar na vida. Será que essa era realmente a escolha certa que eu estava fazendo? Fiz vestibular no final do segundo grau para uma faculdade particular que acabara de abrir na minha cidade. Passei, raspei até a cabeça. Isso me balançou. Será que devia ter ficado lá? Não me matriculei. Teria sido melhor? Teria sido menos extressante. Mas teria aprendido menos. Teria menores perspectivas. Seria como ter as pernas compridas mas poder dar passos curtos apenas, como se meus cadarços estivessem amarados uns nos outros. O dia que eu estou a descrever é posterior a minha terceira reprovação no vestibular. Um período muito atípico em minha vida. Eu não estudava mais. Nunca estive tão próximo de parar de estudar para sempre. Teoricamente eu desisti durante esses 6 meses. Fui para a academia. Tinha uma vida boa. Tranquila e calma. Muito diferente deste turbilhão de emoções que é hoje.
Mas isso é tudo baboseira. Vamos (agora sim) à discrição dos meus colegas de serviço. Não!!! Amigos, grandes amigos de serviço.
Vou fazer uma descrição hierárquica. Dos patrões aos empregados mais mau pagos. Vou ser marxista sem ser como fim pedagógico.
O Vanir, como eu já disse, é um típico burguês do século vinte. Ajuda as pessoas, é gente boa demais. Um dia ele estava vindo de Manhuaçu e viu uma pessoa no chão. O dia estava frio. Ele tinha na Kombi um cobertor. Era o cobertor mais caro que se vendia na loja, mas sua conciência não fez com que ele pensasse isso na hora. Ele pegou o cobertor de dentro da caixa e cobriu essa pessoa. Fazia muito frio e na visão dele Deus o recompensaria. Ele é espírita.
A Nita (ou Erenita) é a esposa do Vanir. Muito severa mas muito pouco simplória. Na verdade brincalhona até. Se você é amigo da Nita (ainda bem que eu era e ainda sou) ela te adora com todas as força, se não é aí você tá fu... Enfim, a Nita é do Mato grosso do sul, mas morou grande parte da vida em Uberlândia. Foi lá que o Vanir a conheceu quando era caminhoneiro e trouxe ela pra cá. Em manhumirim eles abriram uma lojinha que a princípio vendia de tudo, mas que depois cresceu e hoje é uma das maiores lojas da cidade. Uma das que mais vende.
A Margarida não trabalha mais hoje na loja. Mas trabalhava na minha época. Mulher de punho forte. Trabalhava pra sustentar os seus filhos aqui em Viçosa. A filha já conseguiu o mestrado e o filho tem ido muito bem no curso de agronomia.
Ivone é a funcionária mais antiga da loja. Anos e anos de dedicação aos meus patrões. Gosto muito dela. Ela que intercedeu por mim na hora de arranjar o emprego lá, ainda quando eu era guarda-mirim.
A Rosa (Rosemary) é irmã da Ivone. Gente boa igual a irmã. Tem três filhos que são por extensão filhos da Ivone também. Mãezona.
Rosália é a esposa do Reginaldo. Defino ela desse jeito porque é assim que ela não foi mas quis ser durante muito tempo. Hoje os dois se casaram e já encomendaram o primeiro filho.
Tem também a Gilglioly. A Gil é uma menina sapeca que é mamãe da Caroline. Parece uma criança, mas é mãe. Uma boa mãe.
O Nilson é meu primo. Hoje ela tá casado. É um homem "sério" (?). Mas sempre foi animado. É da festa, ou foi. Grande peladeiro e pagodeiro. Aí não tem necessidade de estender a descrição. Peladeiro e pagodeiro.
Sidney trabalhava na loja nesta época. Era o guardinha que ficava vigiando as bancas de roupa que ficam ao lado de fora da loja. Foi assim que eu comecei lá. Às vezes até hoje ele acompanha eu e minha turma nas festas da vida lá na minha cidade.
Hector é outro guardinha. É filho da Rosa.
Devem ter percebido o quanto tem de familiares na mesma loja. Faltou ainda falar das filhas do meu patrão. Mas aí ia ficar muito extenso.
Não!!! Vou falar. Elas merecem.
Franciele casou tem pouco tempo. Mas não estava casada nesta época. Ela é uma mistura exata da sua mãe com seu pai. Imagina uma patroa que é forte no braço. Exigente e que tem um enorme coração. Arranjou alguém pra se casar muito gente boa também. O Ibrahim. Professor de Educação Física.
A Lara, pra quem conhece despensa descrições. Sabe aquela loira padrão. Aquela que pára o trânsito? Alta, bonita... UHH... perdi até o fôlego só de lembrar dela. Lourão mesmo. Um dia a minha patroa ficou brincando dizendo que era pra que eu formasse e depois eu casar com a filha dela, era só brincadeira, mas minhas pernas ficaram bambas. Aquilo não existe não. É o que hoje fazendo História eu chamaria de meta-físico. Mas ela já morava em Uberlândia na época. Então só aparecia de vez em quando.
Credo e cruz!!! Essa é disparada a maior postagem que eu já escrevi no meu blog. Mas vale apena. Inclusive se você tiver chegado até aqui é porque tá interessante. Mas também pode significar que é meu amigo. Grandes amigos lêem grandes postagens.
Ok. Vou continuar meu dia agora. Lógico que vou ter que deixar de mencionar alguns fatos mais picantes, afinal são na maioria, mulheres casadas. Mas mesmo assim eu sou um pedaço de mau caminho. Com caminha da felicidade e tudo. Sabem o que é caminho da felicidade? Pergunta para o meu irmão. Ele sabe.
Então. Tinha que codificar as coisas na loja. Outra função minha. Botar o preço nas mercadorias. Controlar a sua entrada e saída. Parece que eu carregava a loja nas costas. Não era bem assim. Eu já era responsável. Agora com as reviravoltas da via é que eu to esquentando a cabeça menos com coisas que acho mais importantes. Infelizmente até agora não obtive êxito. Mas como meus amigos dizem: o que é meu tá guardado. Sei lá onde. Talvez num buraco bem fundo.
Então era pegar o preço da mercadoria, buscar o código que correspondesse a ele e colocar as plaquinhas, uma a uma em milhares de peças.
E assim o dia passava. E a hora de ir embora nunca que chegava. Até que a gente, sem o Vanir mandar mesmo começava a fechar a loja. Ele sempre ficava irritado. Sempre não. Às vezes. Mas a vontade de ir embora, devido ao cansasso dia-a-dia compensava o sabão. Era aquela correria. Tira a roupa daqui, de lá. Despindurava velotrol e jaqueta e vai, e vai. Até que o circo da frente da loja estava desarmado. Aí abaixávamos as portas e esperávamos aqueles últimos clientes saírem. Nos despedíamos e íamos cada um para o seu lado.
Eu ia para a academia fazer musculação. Não ia para o cursinho. Ia refrescar a cabeça das tensões levantando peso. Mas daqui em diante merece outra parte.
(Tenham paciência, continua...)
quarta-feira, junho 20, 2007
Coisas Boas terceira parte ou o que deixei para tráz (até a hora do almoço)
Era uma época atípica em vários sentidos. Não fazia mais cursinho, havia feito por um ano e não tinha obtido êxito algum. Fiquei seis meses da minha vida sem estudar, nunca fiquei tanto tempo assim. Estava na academia, 37.5 de braço. Estava forte. Trabalhava como faz tudo na Loja Karita. E faz tudo tem muita coisa pra fazer, afinal, faz de tudo mesmo. Nunca fica atoa.
Eram sete horas da manhã. Minha mãe e meu pai já haviam saído para trabalhar. Meu irmão para a escola, só sobrara eu, a Ana Paula e minha vovô em casa. Todo dia eu acordava nessa hora. E continuo acordando. como era difícil. afinal o dia anterior tinha sido uma sucessão de escadas com peso nas costas. E o fim era pegar pesado na academia. Vamos ao café da manhã: um maravilhoso pão com margarina, um não, um não me mataria a fome, dois pães com margarina e um copo de café com leite. E a vovô lá. Todo dia esquentava meu leite, morno do jeito que eu gosto.
Mas o tempo passa correndo. Não posso nunca terminar de ver o bom dia Brasil. Já vou chegar atrasado. Ou encima da hora. Não sei. Tenho que correr. O relógio não espera ninguém. E minha bicicleta não tem asas. nem espero que um dia tem, odeio altura.
Ruas e morros, e ruas e buracos e o que vejo logo à frente? Meu chefe, O Vanir. um burguês padrão. Faz boas ações. Ajuda os pobres e me paga muito mau. Mas eu gosto dele. Está pendurando as roupas na entrada da loja para ficarem à exposição das pessoas que passam na rua. e eu tenho que ajudá-lo. Bom mais como sempre, já tem serviço pra mim.
_Paulinho! tem gente pra atender lá no atacado.
E eu peguei minha bicicleta e fui pra lá. Era sempre assim. Chegava alguém pra atender e lá ia eu para o batente.
Esse caminho eu conhecia muito bem. O caminho da loja para o atacado, que era uma espécie de depósito onde eram vendidas roupas para lojistas de pequeno porte e que eu era o atendente. A minha carteira de trabalho dizia "balconista". Mas eu gostava mesmo era de vender no atacado. Não só porque muito dinheiro passava pelas minhas mãos, mas porque era onde eu podia exercitar o que gostava mais de fazer, falar mentiras e enganar as pessoas. Afinal, isso é coisa de quem vende. Vender é a arte de convencer. Não importa se a mercadoria tinha pouca saída, não importa senão prestava. O cliente tem sempre razão, e esta razão é vantajosa na medida que eu era capaz de manipulá-la.
_Esse aí parece que tem pouco dinheiro. Mas acho que dá pra arrancar uns quatrocentos reais. Então mãos a obra.
_Senhor! Como é o seu nome?
_Eu vim aqui só pra olhar. Qual é o mínimo de compras aqui?
_Trezentos reais.
_Só?
_É.
_Então vou levar alguma coisinha hoje.
_Mas eu acho que já falaram com o senhor que só aceitamos pagamento em dinheiro.
_Não me haviam dito.
_Então eu estou dizendo. Só dinheiro.
_Isso não é problema.
Meus olhinhos brilhavam nesses momentos. (hehehehehehe)
_Bom saber.
_O que você disse?
_Pode ficar a vontade.
E ele olhava, e eu falava, e ele escutava e eu cada vez mais conseguia tirar mais mercadoria das prateleiras. E o tempo passa. Aí apareceu a Nita. Erenita, minha patroa.
_Paulinho!!! Quem tá aí?
_Eu e freguês Nita.
_Tá quase na hora do meu almoço.
_O Roberto deve estar quase chegando do almoço dele.
_Ele chega e você vai almoçar.
Mas Roberto sempre chegava atrasado e ia fazer outra coisa. Eu sempre ia almoçar tarde. Teve dia de eu ir almoçar às 14 horas. Quase morria de fome. Sentia a mais valia na pele. E eu nem sabia o que era a mais valia. Sabia sim. Já tinha feito cursinho.
_Paulim! Cheguei. Pode ir embora que eu termino de atender. Nossa!!! Esse monte de coisa. Eu num consigo fazer essas contas não. Vou chamar o Vanir pra fazer isso.
_Deixa de ser preguiçoso. Eu faço porque você não faz?
_Mas você é inteligente e eu não.
_Tá bom. Então chama então. Eu vou almoçar.
Peguei a minha bicicleta e fui embora pra casa comer comida fria. Tenho preguiça de esquentar comida. Tenho preguiça de fazer um monte de coisa mesmo.
(continua...)